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Caso Cláudia Lobo: Veja detalhes dos depoimentos de Roberto Franceschetti e Dilomar Batista

TEXTO: VIVIAN MESSIAS
DATA: 09/10/2025
FOTO: DIVULGAÇÃO

 

Após quase quatro horas, foi encerrada a segunda sessão deste primeiro dia de julgamento de Roberto Franceschetti Filho e Dilomar Batista, no caso da morte de Cláudia Lobo, ex-secretária executiva da Apae, no Fórum de Bauru.

Roberto responde por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual, enquanto Dilomar é acusado de participação na ocultação de cadáver.

O julgamento teve início às 9h e foi interrompido às 13h40 para o almoço, sendo retomado às 15h.

DEPOIMENTO DE ROBERTO FRANCESCHETTI

Roberto Franceschetti foi o último a prestar depoimento nesta quinta-feira (09). A declaração começou às 18h09, com o acusado afirmando que tinha um bom relacionamento com Cláudia e que eram amigos próximos. Nesse momento, o juiz Jair Antônio Pena Júnior questionou o réu sobre o motivo de ter matado a vítima, ao que Roberto respondeu que só iria responder às perguntas de sua defesa.

Muito emocionado e chorando várias vezes, Roberto declarou ser inocente, afirmando: “Eu não sou criminoso! Eu sou professor! Nunca fiz mal a ninguém!”.

Durante o depoimento, ele relembrou detalhes do dia 6 de agosto de 2024, data do desaparecimento de Cláudia. Segundo Roberto, os dois participaram de uma reunião na sede administrativa da Apae e, em seguida, ele teria aceitado acompanhá-la até o bairro Quinta da Bela Olinda, onde a ex-secretária entregaria R$ 40 mil a um agiota. O acusado afirmou que Cláudia devia altas quantias a agiotas e que, com frequência, a acompanhava para entregar pagamentos.

Roberto disse ainda acreditar que Cláudia possa estar viva: “Desapareceu, ou desapareceram com ela.

Em outro momento, afirmou emocionado:
“Eu queria que ela entrasse aqui por essa porta e falasse: ‘Tô viva!’”.

Um dos pontos de destaque do depoimento foi a menção à presença de Dilomar Batista no carro da Apae no dia do desaparecimento. Roberto declarou que as câmeras de segurança registraram o veículo no Jardim Pagani e que, naquele momento, eles pararam para contar o dinheiro. Segundo ele, teriam trocado de lugar no carro para “encenar” que Roberto seria o motorista de aplicativo de Cláudia.

Ao final, Franceschetti disse que recebe visitas frequentes da família no CDP de Guarulhos (SP), ressaltando que são as únicas pessoas que ainda acreditam em sua inocência.

DEPOIMENTO DE DILOMAR BATISTA

O depoimento de Dilomar Batista trouxe novos detalhes sobre o caso. Muito emocionado, ele relatou ser amigo de infância de Roberto Franceschetti, a quem considerava uma referência e de quem era “fã”. Apesar da amizade, afirmou que não tinha proximidade com Cláudia.

Dilomar contou que, no dia do desaparecimento da vítima, saiu da sede da Apae, no Jardim Ouro Verde, para queimar arquivos antigos — atividade que Roberto sabia que ele realizaria naquele dia. O local de descarte, conhecido como Campo do Ditinho, fica próximo à rodovia Cezário José de Castilho (SP-321), que liga Bauru a Arealva.

Segundo o relato, enquanto queimava os arquivos, recebeu uma ligação de Roberto perguntando se já estava no local. Pouco depois, Franceschetti chegou dirigindo a Spin, veículo em que Cláudia desapareceu, e pediu ajuda a Dilomar para retirar algo do carro.

Assustado, Dilomar abriu a porta e viu um corpo enrolado em tecido. Ele afirmou ter pensado, inicialmente, que poderia ser a esposa de Roberto. Em choque, sentou-se sem forças enquanto Franceschetti retirava o corpo de Cláudia e o jogava no fogo usado para queimar os documentos.

Dilomar relatou que, durante o ato, Roberto o tratava com frieza e dizia para ele “ficar de boa”, ameaçando-o caso contasse algo à polícia.

Se você abrir a boca, quem vai perder é você e sua família”, teria dito Franceschetti, segundo o depoente.

Nesse momento, Letícia Lobo, filha de Cláudia, que acompanhava a sessão, chorou muito.

Dilomar afirmou que ajudou apenas na limpeza do sangue que respingou no carro e que só contou sua versão à polícia após a prisão de Roberto, quando se sentiu seguro de que sua família não corria risco.

Ele também revelou que voltou ao local do descarte no dia seguinte e novamente no sábado, quando usou um rastelo para recolher ossos e os óculos de Cláudia.

Questionado sobre um depósito bancário feito por Roberto um mês antes do crime, disse que o valor seria uma “premiação” por ter conseguido uma doação de concretagem para a instituição.

OUTROS DEPOIMENTOS

Também foram ouvidos Hendrick Magalhães, perito criminal responsável pela coleta de vestígios de sangue e itens encontrados no carro, e Jéssica Perota Xavier, coordenadora de saúde da Apae, que detalhou o dia do desaparecimento de Cláudia.

Às 18h50, o juiz Jair Antônio Pena Júnior encerrou a sessão, que será retomada nesta sexta-feira (10), às 9h, com os debates entre a promotoria e as defesas.

Após essa fase, o julgamento será interrompido para que os jurados votem em segredo, respondendo se o crime aconteceu, se o acusado participou dele e se deve ser absolvido. Em seguida, analisam fatores que podem aumentar ou reduzir a pena. Por fim, o juiz retoma a sessão, lê o resultado e, em caso de condenação, define o tempo de prisão (dosimetria da pena).

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